terça-feira, 21 de julho de 2015

V.I.D.A. em 5/4

Vejo-me na efemeridade da vida na ponta da caneta
percebo que acabou o período da experiencia na proveta
procuro alguém que me minta e prometa
que não a sinta como um cometa
pronto a destruir a edificação do meu planeta

Insurjo-me onde o papel comanda a vida, quando só lhe quero pegar fogo
nesta luta já perdida em que ele me tira o fôlego
ofegante e sem respiração, na primeira fila da destruição
da minha singularidade, da minha nação
silencia-se a verdade, pois só se fala com o cifrão

Da minha mente faço o livro razão
onde anoto as oportunidades que me “dão”,
como o deslizar de uma serpente
que se move de olhar contundente
onde nada mais é importante

Assim me movimento, no labirinto do presente
onde sou indiferente e, quem sabe, diferente
de toda essa gente, feliz e “inteligente”
imprudente no caminho, daí é bom eu ir sozinho
se me fecho e recrimino, é por já não ser o homem com olhar de menino


Filipe Fernandes