Sinto o toque gélido
Do teu olhar quente
O arrepio na espinha,
A atracção incessante,
Que rasga o semblante de dor…
Mas, e se assim não for?
Se não forem folhas de prosas,
Linhas de rimas,
O nosso amor?
Se ele não for nada mais que a rosa que não floresce
No cimento do cais,
De onde partimos á descoberta
Da ilha paixão,
Soterrada em parte incerta?
Se ele não for nada mais,
Que pálidos ideais
Que sucumbem sob o peso de megalómanos conceitos
E de haver no amor preconceitos?
Pois, te digo…
Que nada mais é que isso
Neste epitáfio de Outubro cinzento
Onde cai chuva e vento
Filipe Fernandes