segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Minha melancolia

De semblante forçado,
Num olhar queimado
Descubro o fundo
E chamo-lhe amigo
Sozinho, mesmo contigo…

Passo por rituais sem significado
Enquanto outro dia me passa ao lado
Onde sou perdido e achado,
Aqui vivo desconcertado
Neste trágico fado

Carrego a cruz da apatia
Imaginando como seria
A luta do amor,
Mas amo demais a minha dor
Minha melancolia…



Filipe Fernandes

Nadas

Debruço-me sob ideias opostas
Lembranças de futuro
Projecções de passado
Tentando construir e derrubar o muro
No gesto mais ousado

Partilho-me entre dois,
A luz e a escuridão,
Sem penumbra…
Em rostos idílicos que me aprisionam,
Faz me olhar para trás
E não conhecer a minha sombra

Esta dicotomia que me divide,
Não entre o bem e o mal
Mas entre o eu e o eu, progride
Enquanto espero por um sinal
Que não vem.
E é assim que fico aquém
De duas possibilidades extremas,
Nulas entre si,
Pois formam no meio, eu
Nada…

É assim que te digo,
Que não sei quem sou
Só espero que tu saibas
Pois nada pior que ser
Um conjunto de nadas…




Filipe Fernandes