domingo, 25 de março de 2012

Devaneio

A noite cai.
O seu semblante melancólico ilumina
O que tenho em mim, a dolorosa sina
De ser e não o poder ser, de querer e não poder,
Ser.

Quem eu quero ser, eu não sou
Já outro imaginou, roubou
Mas não roubei eu também?
Perdido da vida, não quererá ser ninguém?

Será este o meu epitáfio?
Não passarei eu de mais um larápio?
Neste conjunto de felicidade, ódio e dor
Selado com o doce amargo paladar do amor

O universo abate-se sobre mim
Uma alma esmagada pela dor do fim
Não de chegar…mas de caminhar
Essa caminhada idolatrada
Elevada, à mais alta parada
Um completo nada.

Filipe Fernandes

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