A areia passa na ampulheta
E eu mantenho-me igual, na minha diferença
No tempo que passa de chama acessa,
Nessa vontade de a mudança ser a certeza
Uma certeza incerta neste tempo de penumbra
Sinto-me traído pela minha própria sombra
Pois em matérias do corpo e da alma,
Todos nos somos réis, na desenfreada calma
E é no movimento da socialização,
Que jaz uma nova razão
Para a tirania de um passar à democracia de dois
Numa ligação que só perceberás depois
Filipe Fernandes
(Originalmente publicado em Ruptura: http://ruptura9.webnode.pt/)
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